Os sabores de São Paulo

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É sabido que a capital paulista está entre as principais cidades da gastronomia mundial e não deixa nada a desejar quando comparada a Paris e Nova Iorque. É fato também que contamos com cerca de 5.850 pizzarias, 500 churrascarias, 256 restaurantes japoneses e outros inúmeros estabelecimentos que oferecem comidas típicas de todos os cantos do planeta para atender os mais diversos gostos.

 

Mas São Paulo tem também o lado B da culinária, vamos dizer assim. Só quem vive por aqui é que percebe uma das peculiaridades que mais gosto na cidade: a comida de rua. É, aquela mesma em que o vendedor coloca seu carrinho/barraca na calçada e vende de tudo. Tudo mesmo. Vejamos:

 

Domingão, você acaba de sair do cinema e deu vontade de comer yakissoba. É só sair pras calçadas da Paulista que lá estarão eles, os chineses (ou seriam coreanos?) com seus apetrechos sujos, macarrões suspeitos e um fogaréu de assustar os transeuntes. Você pode escolher entre a porção pequena, média ou grande e, por um preço muito razoável, se empanturra desse delicioso prato da cozinha oriental.

 

Mas se você não é apreciador da comida criada no oriente, tente aquela iguaria tipicamente brasileira, de origem indígena, feita com amido e que pode ter recheio doce ou salgado. A tapioca é uma excelente companheira do estômago vazio no caminho de casa – porque as barraquinhas estão sempre perto dos pontos de ônibus – ou no meio da tarde. Também encontrada na Av. Paulista ou no centro da cidade.

 

Pra substituir o café da manhã caseiro – que, com o trânsito maluco que piora a cada dia, vem se tornando cada vez mais raro –, os moradores da cidade descobriram uma excelente alternativa que começa lá pelas seis da matina e dura até o fim dos estoques. É a banquinha matinal, que se espalha por todos os cantos do centro expandido. E ela tem tudo para um desjejum completo: café, leite, café com leite, pão francês, bolo de fubá, bolo de chocolate, biscoitos, sucos…

 

De uns tempos pra cá, percebi uma nova tendência surgindo nos terminais de ônibus: a batata frita. No formato “palito”, ela vem conquistando cada vez mais fãs, acomodadas nas embalagens quadradas de isopor branco e acompanhadas por sachês de ketchup. Às 17h30 já se começa a sentir o cheiro delas sendo fritas nos arredores dos terminais, vê-se as pessoas fazendo fila pra garantir seu petisco da volta pra casa. O problema aqui é que os companheiros de transporte público sempre levam suas porções para dentro dos ônibus. Aí dá-lhe suportar aquele cheiro de fritura justo na hora que seu estômago sente que está na hora de ser alimentado…

 

O clássico milho das pipocas anda se apresentando de outra forma ultimamente. É o milho-verde-cozido-no-pratinho-com-manteiga. Sabe a embalagem da batata? Então, ela é cortada no meio e vira o tal pratinho. Nele, o vendedor corta uma espiga ou duas (depende da generosidade do preparador do prato), joga um pouquinho de sal, uma colherzinha de margarina e pronto. Aí está o companheiro dos intervalos das aulas noturnas na faculdade, o mata-fome da Virada Cultural, o melhor cheiro nas redondezas das estações de trem.

Se nenhuma dessas opções apareceu no seu caminho, não se preocupe. Certeza que, se você é um usuário dos ônibus paulistanos (e intermunicipais), vai encontrar alguém que não quer atrapalhar sua viagem, mas quer um minuto de sua atenção para apresentar uma novidade dessa ou daquela empresa e que você não acha mais barato do que na mão dele. De balas a salgadinhos, passando pelos chocolates e “clubes sociais”, você pode escolher.

E nem falei aqui dos tradicionais cachorros-quentes, pastéis de feira ou das pipocas nas portas dos teatros. São Paulo tem muitas opções pra quem tem fome e pouco tempo (e dinheiro). De vez em quando, vale render-se a elas. Só não vale abusar e depois reclamar da pressão sangüínea, da gordura abdominal, do colesterol alto….

 

Por Carrô.

Uma resposta »

  1. hauhauhaa
    excelente!!!!

    o yakissoba eu nunca tive coragem de comer!!! e sempre me arrependo da tapioca!
    hahahaha
    mas todos os outros…hummmm…

    e o tempurá da liberdade!?!? AMO!
    e o coquinho com casquinha de açúcar???? lembra meus passeios pela praça da república!!!
    e a pipoca, só se for metade doce, metade salgada! :)

  2. ai, eu sou a maior fã da culinária informal da cidade…
    eu adoro o yakissoba, meu! e o seu post me deu a maior vontade de comer uma tapioca! nhams!

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