Arquivo diário: agosto 14, 2008

Férias urbanas

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Pessoal, desculpem a falta de pontualidade. Estou de férias… urbanas!

Pelo menos foi assim que a minha família abordou a seguinte notícia comigo: “Então, Má… sua irmã está de férias e fará uma viagem com a mamãe. Já o papai ultrapassou todas as metas lá no trabalho e, como reconhecimento, ganhou uma viagem de cinco dias para a Bahia. Você… bem… você estará de férias… urbanas!”.

Ahm. Então tá. As minhas férias praianas, campestres, montanhescas ou simplesmente caseiras eu nem sei quando serão concedidas. Mas, de fato, sem mamãe, papai e irmã mais velha, estou de férias. Férias da comida quentinha, da possibilidade de pegar aquele cinto emprestado com permissão e da carona matutina até o ponto de ônibus.

O balanço geral até agora foi: muitas calorias ingeridas (ah. Jura que não é saudável uma alimentação à base de chocooky e miojo três dias seguidos?!), um resgate à minha infância (quando eu adorava dormir na casa da minha tia, no colchão jogado no chão do quarto da minha prima mais velha, que tinha todas as bijuterias, bolsas e óculos rosa com estampa de zebra que eu amava), unhas do dedão do pé roxas (claro que na minha mala só coloquei vestuário adequado para os 28º que a Josélia Pegorin me prometeu), franja tão ondulada quando o resto da juba (alguém sabe onde fica o secador no banheiro da tia?!) e, claro, aquela pontinha de saudade de dizer bom dia mal-humorada para quem me pôs no mundo e me agüenta até hoje.

Pois saibam que, nas minhas férias urbanas, só esqueceram de incluir as férias. Diga-me aí você: tem coisa mais urbana do que pagar conta de cartão de crédito pro pai? Ou tentar falar com as outras duas mulheres com o mesmo sobrenome que eu e topar com dois celulares na caixa postal, enquanto se deliciam em praias quentinhas e tomam água de côco geladinha?

Que me perdoem os deuses do trânsito e da meteorologia maluca; peço perdão aos funcionários de colete amarelo do metrô e dos adolescentes que furam o passe da Ponte ORCA (alguém consegue me explicar pra que serve aquele furinho?!) mas… será que não dava pra trazer um pouco das areias finas e do Sol da Paraíba pra cá?! Quem sabe os orixás baianos dão uma forcinha…

Por Má-Má.