Arquivo diário: maio 28, 2008

Está nas minhas mãos…

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Calma. Não está só nas minhas. Aposto que também está nas suas! Calma de novo. Não é o destino do planeta, a cura da aids, kriptonita ou a melhor banda de todos os tempos da última semana. São apenas…as unhas!

 

É! Aquela lâmina dura, formada de queratina, que recobre a última falange dos dedos e artelhos (amo o Houaiss). Ah, agora você não diga que não tem. Eu tenho, e muita! Cresce com velocidade impressionante, acompanhada da maldita cutícula que chega a doer de tão dura.

 

Pois eu conheço a melhor receita para evitar todo esse incômodo: manicures! Sim, elas mesmas. Com seus adesivos de Hello Kitty colados nos carrinhos de esmalte e nas caixinhas de alicates e lixas, unhas quase sempre mal-feitas, uniformes branco ou rosa e uma recorrente preferência pelas duplas pop-sertanejas.

 

Sempre tive fascinação por este mundo (desconsidere os adesivos e preferências musicais). Por algum tempo, eu mesma fazia as minhas. Mas perdi a mão (calma de novo, de novo. Não houve nenhum acidente!) depois que meu alicate de estimação caiu no chão e entortou. Nunca mais achei um tão preciso e anatômico. Suspeito que o mesmo aconteça com as pinças, assim como acontece com as varinhas de condão. Cada pessoa tem direito a uma só, para toda a vida (ai, que pare por aqui essa teoria. Espero que ela não se aplique a homens). Enfim.

 

Fiquei três semanas (cheguei perto do meu recorde) sem visitar uma delas. Finalmente na segunda-feira, pós-feriado e pós-detonação das lâminas duras de queratina pelo fim de semana no litoral, conheci duas novas: a Carol e Jaque (que fizeram mão e pé, respectivamente).

 

Sim, porque além dos adesivos, uniformes e unhas mal-feitas, elas sempre têm apelidos! Ao ouvir o papo das duas (e das outras 7 que estavam no mesmo salão), tive um estalo cerebral, de raízes antropológicas! Há duas classes trabalhadoras muito unidas no Brasil: a primeira, dos motoboys; a segunda, das manicures.

 

Elas trocaram bases, cores, algodão e palito e falam mal e bem de clientes que acabaram de sair ou que ainda chegarão, tudo com o maior bom-humor. Nunca trocam o alicate, é um fato. Na maioria casos, eles ficam na estufa de esterilização identificados com um pinguinho de esmalte de cor berrante ou com glitter.

 

O cinema já se encarregou de produzir filmes sobre empregadas domésticas, motoboys e até pessoas que usam óculos (“Domésticas”; “Vida Loca (Motoboys)”; “Janela da Alma”). Porém, nunca, nunquinha, nada foi feito para as manicures, as profissionais que embelezam as mãos de todo esse povo que aparece na telona (e de gente como a gente também)!

 

Pois eu aproveito esse espacinho aqui para fazer minha homenagem a elas, que pintaram minha unhinha profissionalmente pela primeira vez, quando eu tinha apenas seis anos e fiz minha primeira participação como daminha de honra em casamentos familiares. Meu agradecimento especial à Carol e à Jaque por terem feito do meu almoço de segunda-feira o momento mais legal da semana até agora (além de me apresentarem a nova música do Edson e Hudson e, num ato de rebeldia, substituírem o “Paris” pela misturinha “Rubi” + “Licor” para as mãos).

 

Post também dedicado a: Dalva (gostava de carne. Só tirava bifes), Simone e Andréa (munharas da biboca. Inesquecíveis), Margot (minha preferida. Só anda de bike, tem um palito preto que custou R$18,00 e uma filha chamada Monalisa), Alecsandra (ama meus anéis, a Betty Boop e é roqueira) e Ilma (não gosta de usar óculos e deixa esmalte para suficiente para duas unhas em cada dedo. Entenda bem: o esmalte fica para fora da unha).

 

Por Má-Má. (with fingernails that shine like justice)